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SEMANA 3 – AMBIENTES DIGITAIS |
01/10/2011 21:10:25 |
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Texto |
Há uma assertiva que diz que “teorias não se adotam, se usam, desconstruindo e reconstruindo” (DEMO, 2009) e é nesse sentido que a informática provocou e tem provocado inúmeras mudanças na sociedade e na linguagem. Uma das mudanças no espaço educacional é o aparecimento de outros tipos ou gêneros textuais como o chat, o hipertexto, a multimídia, a hipermídia, etc… que se contrapõem à forma tradicional de escrita e leitura.Segundo BRONCKART (1999), citado por COSCARELLI, a tarefa de classificar e caracterizar os textos em gêneros tornou-se mais complexo devido à nova interface ou plataforma de escrita ou leitura sendo necessário repensar o sentido da palavra texto. Os hipertextos contam com imagens, ícones, hiperlinks, barras de rolamento, etc… que são difíceis de serem transferidos para a forma impressa. Entre vários conceitos apresentados por COSCARELLI para que se faça uma reflexão sobre o conceito de texto o conceito de KOCH chama bastante atenção
“o texto é considerado como um conjunto de pistas, representadas por elementos linguísticos de diversas ordens, selecionados e dispostos de acordo com as virtualidades que cada língua põe à disposição dos falantes, no curso de uma atividade verbal, de modo a facultar aos interactantes não apenas a produção de sentidos, como a fundear a própria interação como prática sociocultural.” Com o advento da informática, o que muda no conceito de texto são as variadas representações textuais, ou seja, novos gêneros textuais devido a uma nova interface que inclui novas formas de expressão e a retomada de expressões antigas. Embora, a forma de contato com o leitor seja diferenciada no hipertexto, a enunciação, o contrato entre autor e leitor é preservado. A pergunta, então, refere-se às novas exigências que recaem sobre o leitor, ou seja, as estratégias e regras que estes precisam desenvolver para que os interlocutores alçassem seus objetivos na produção e recepção dos textos. Segundo MARCUSCHI o livro impresso e o leitor obedecem a uma sequência pré-determinada devido à linearização e paginação, embora cada leitor possa escolher caminhos diferentes de leitura. Uma prova de que nem sempre o livro impresso obedece a uma linearidade pré-determinada são as enciclopédias, os dicionários, as obras de consulta e os catálogos telefônicos etc., que não são lidos linearmente, mas em múltiplas direções. Esta característica aproxima o texto impresso do hipertexto. Voltando ao hipertexto a escrita pode ser colaborativa ou individual. O formato de hipertexto e os mecanismos de busca ajudam o leitor a encontrar mais facilmente o que procura. Segundo Marcushi o termo hipertexto foi criado por Theodor Holm Neson em 1964 para referir-se a uma escritura eletrônica não sequencial e não linear que permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real dando condições ao leitor para definir os rumos de sua leitura sem se prender a uma sequencia fixa ou tópicos determinados pelo autor o que torna o leitor co-autor do texto final. O que se percebe em leituras que tratam do hipertexto e o texto é a mesma insegurança em definir o texto e as suas características, embora haja uma facilidade em definir os gêneros textuais. Ambos os autores MARCUSCHI e COSCARELLI fazem uma leitura de pontos favoráveis e não favoráveis do hipertexto. Ambos concordam que ainda há muito que se discutir, embora reconheçam que o hipertexto pode ser usado para fins educativos, se orientados. Tudo depende dos objetivos do leitor, do escritor. Todo o conhecimento, a forma de adquiri-lo depende do leitor que faz as suas escolhas seja na forma impressa ou através de hipertextos. O que tem que ser trabalhado e ensinado com o aluno é a postura crítica que deve ter diante do que vê e do que lê. Bibliografia Coscarelli, C.V. Entre textos e hipertextos. In: Coscarelli C. V. (org). Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: autentica, 2002. Marcuschi, Luiz Antônio. “O hipertexto como um novo espaço de escrita em sala de aula”. Linguagem & Ensino, Vol. 4, Nº 1, 2001 (79-111). |